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Dia Mundial do Meio Ambiente – O papel da cadeia produtiva e da representação comercial diante dos desafios da sustentabilidade

Paulo Nauiack – presidente do Conselho Regional dos Representantes Comerciais no Estado do Paraná (CORE-PR), vice-presidente da Fecomércio PR e superintendente do Instituto Municipal de Turismo de Curitiba

Neste dia 5 de junho é comemorado o Dia Mundial do Meio Ambiente. Um marco histórico, pois celebra 50 anos desde a Conferência de Estocolmo, realizada pela Organização das Nações Unidas (ONU), quando se iniciou o debate sobre acordos intergovernamentais de proteção ao meio ambiente que abriram caminho para uma agenda global e para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). A data serve como um alerta para a população mundial sobre temas urgentes, como mudanças climáticas, problemas ambientais e preservação de recursos naturais.

No Brasil, até os anos 1990 muitas empresas só cumpriam legislações específicas, como as de licenciamentos ou as de controle de poluição da água, do solo e do ar, por exemplo. Somente com o avanço das discussões ambientais frente aos eventos climáticos extremos que surgiram iniciativas e programas voltados à sustentabilidade. 

No final da década de 90,  o triple bottom line  (o tripé da sustentabilidade) – que trazia os conceitos de responsabilidade ambiental, social e financeira – deu início a um novo ciclo para o desenvolvimento sustentável dentro das organizações.  A crescente discussão ambiental junto à pressão do mercado promoveu uma nova atitude por parte dos empresários, que passaram a considerar o meio ambiente em suas decisões. Mais de trinta anos se passaram e o desafio continua grande, exigindo ainda mais esforços e o envolvimento de toda a sociedade.  

Desde então, cada vez mais a sustentabilidade tem se tornado um compromisso e uma vantagem competitiva para as empresas. De acordo com uma pesquisa da FleishmanHillard, intitulada “O Poder da Autenticidade”, 44% dos consumidores que se engajam com empresas esperam que elas se posicionem em relação à proteção do meio ambiente. Esses dados demonstram que os representantes comerciais e agentes da cadeia produtiva em geral também precisam estar conscientes e envolvidos com a causa da sustentabilidade. Afinal, somos nós que levamos as expectativas do mercado para as nossas representadas, da mesma forma que levamos os posicionamentos que as empresas adotam no que se refere à sustentabilidade para a nossa ponta de venda. Então, sempre que falamos em sustentabilidade, temos que estar atentos ao que dizem os clientes e ao que aponta o consumidor. Se nós, representantes e empresas, não agirmos em prol da sustentabilidade, estaremos fadados à perda de mercado.

Hoje, com o amadurecimento do mercado, é comum citarmos os indicadores ESG (que mensuram boas práticas relacionadas às questões ambientais, sociais e de governança corporativa), pois se tornaram referência para nortear e promover a transparência nas ações empresariais, agregando um novo e importante diferencial mercadológico. São eles que indicam o caminho para as empresas adotarem princípios nas áreas de direitos humanos, trabalho, meio ambiente e no que diz respeito à anticorrupção (compliance).

De acordo com um levantamento do Google Trends, feito a pedido do jornal Valor Econômico, a busca pelo termo ESG no Brasil cresceu 150% em um ano. Isso ocorreu pois as práticas relacionadas aos indicadores atraem investimentos mais responsáveis e geram uma economia positiva, que oferece uma forma de capturar oportunidades econômicas em negócios sustentáveis.

Os ODS (Objetivos do Desenvolvimento Sustentável) e os indicadores ESG que compõem as metas ambientais, sociais e de governança são, portanto, eixos estratégicos. Os representantes comerciais devem conhecê-los e tratá-los como fundamento da atividade, de forma a oportunizar novos e promissores negócios. O mercado exige, e é tarefa dos representantes levar para as empresas representadas o entendimento de que atuar com base na agenda global em prol do desenvolvimento sustentável é essencial para que elas se mantenham competitivas no mercado.

 

SOBRE O CORE-PR

As principais atribuições do Conselho Regional dos Representantes Comerciais do Paraná são promover o registro profissional, fiscalizar o exercício da profissão e zelar pelo cumprimento da Lei nº 4.886/65, esclarecendo aos representantes comerciais e às empresas representadas sobre os direitos e deveres inerentes à profissão. 

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